Hello good memories! ByeBye Stromp

by - 20:45

Passaram quase dez anos…

Foi amor à primeira vista, e ainda existem pessoas que não acreditam nele. Mas eu acredito!

Apaixonei-me por ti desde o primeiro dia que te vi lá no cimo do 10º andar de uma varanda "aquela casa era mesmo o ideal para mim", pensava eu na altura. 

Não demorou pouco tempo, para que esse amor se tornasse realidade e te caísse nos braços. Quem tem uma mãe tem tudo e quem tem a minha mãe como eu, tem mesmo TUDO!Tenho sorte é verdade. Muita sorte. Devo-a TODA à minha mãe que ao longo dos meus 28 anos desta existência conseguiu que nada me faltasse. Conseguiu alcançar os meus sonhos, ler os meus pensamentos, as minhas tristezas, as minhas alegrias, Foi mesmo MÃE!

O dia em que me mudei para dentro de ti. Esse, lembro-me como se fosse hoje. Guardava as memórias do meu primeiro ano na faculdade, na residência da católica enquanto, o grupo dos rapazes, ajudava a carregar os poucos e essenciais móveis que me faziam falta para completar aquela que seria a minha primeira casa. A minha primeira noite contigo foi cheia de vida. Ficou lá a A.B. e o D. a fazerem-me companhia.


Passaram-se segundos, minutos, horas, dias, meses, anos. As vivências essas eram enormes e aumentavam a cada dia, a cada a momento, a cada intensidade de um sopro. As tuas paredes têm segredos e histórias que nenhumas outras paredes deste mundo contém.

Sabem porquê? São minhas, pertenceram-me e pertenceram também a quem partilhou essas histórias comigo e contigo.
Na época da faculdade, as madrugadas de estudo para os exames e as zangas para que a concentração fosse rainha e senhora daquela casa. A chegada das noitadas de copos da Kapital (as famosas quintas-feiras), ainda não existia o Urban na altura, ou pelo menos não era tão "coquete", do que me lembro.
Obrigado, aos dois G. à J., ao D., ao V. ao M., ao B. que nesta altura faziam as delícias das risotas do teu mundo. As noitadas de PES, enquanto o Barcelona não ganhava ao Real Madrid ou então as noitadas de Poker até eu dizer que o meu sono era superior a qualquer sequência real.

Aqui num destes episódios a J. e o G. imitavam uma mota a por gasóleo quando fiquei pela segunda vez sem chaves para entrar na véspera de um exame. (tudo numa boa como sempre). Escrevo tudo isto e a imagem é tão nítida que parece que foi ontem! Ou então o D. via alguém que lhe interessava a encher os pneus do carro de ar e achava por bem gritar, ou então pegar em binóculos.

Os Verões eram sempre quentes e os Invernos sempre frios.

Contigo ri.

Contigo vivi o amor da minha vida. Com ele, muitas histórias. Essas também só nossas. Nossas e dos nossos amigos. 
Dos nossos jantares de semana com a F. e o A. 
Dos nossos jantares de domingo com a R. e o A. 
Dos nossos jantares quando calhavam com a P. e o J.
De muitos outros jantares só porque sim, porque viver é isto mesmo, VIVER.


Ficam os momentos, ficam as memórias, ficam as festas dos aniversários, ficam as passagens de anos guardadas no nosso baú, bem quentes, aconchegadas, para que nada nem ninguém as tire ao local onde pertencem, nem as consigam desvanecer nos nossos corações e sobretudo em ti. As gargalhadas das nossas histórias, a rabugice dos nossos sonos. Tudo teve um sabor especial naquele recanto. Tudo teve o nosso cheiro. 

Aqui fizeram-se amores perfeitos!

Aqui, percebi que tudo e nada pode ser eterno e que precisamos mesmo aproveitar o momento. Porque um dia estamos. No outro, já não há tempo para despedidas. Foi assim com o A. em 2013. Aquele pontapé na cómoda do meu quarto vai marcar para sempre aquela divisão. Foi assim também em 2013 com o meu tio R. na bomba (a zona onde se enche os pneus de ar) que ficou também marcada pela minha ira. 


Aqui fiquei enraivecida por ter perdido um avião para Paris.

2014 voou contigo, é verdade. Confesso. Contigo embirrava com a dieta e com quem comesse mais do que devia à minha frente. Contigo pesava e criticava todos os dias o meu corpo como se não houvesse amanhã. Contigo cresci. Contigo mudei. As fotografias assinalavam que Londres tinha sido o nosso ultimo destino com a F. e o A. Seguia-se Barcelona. Já não havia os serões com a P. o J. e a mini, um novo desafio esperava por eles. Deixaram-te saudades eu sei. A mim também. Olhei muitas vezes para ti sem saber o que fazer para o jantar de domingo.

2015 era mais um ano. O ano dos casamentos! Vias-me a receber os convites, a falar das festas. dos vestidos, conversas de gaja como se diz. Ouvis-te de tudo e mais alguma coisa. Tiveste um flashback por causa da minha pós-graduação em marketing farmacêutico. Foram algumas noites de estudo, com novas amizades, todas diferentes. Inesperadas. Cada uma com a sua magia.

Com novas experiências e com uma certeza de que na vida nada acontece por acaso, disseste-me em segredo. Durante semanas foste confidente da A. (eu sei tiveste uma paciência de Santa!). Que bom que foi! Que nostalgia ao escrever, ao lembrar-me do colchão no meio da sala, dos pontapés quando ela adormecia primeiro, da risota até não dar mais, com sentido, outras sem sentido, bastava já o olhar. O cheiro das velas para disfarçar o tabaco. As conversas longas.

Se fosse dizer qual a parte de ti que mais segredos guardas, não consigo.

Entre Setembro e Outubro de 2015 levei-te à loucura na preparação do 21 de Novembro de 2015. Acho que levei à loucura muita gente. Mas se tu falasses...aqui treinámos a dança com a F. a filmar. Escolhemos os convidados, falámos sobre os pormenores, fritámos os neurónios uns aos outros, ou melhor eu acho que fritei os meus próprios neurónios. Aqui escolhi o meu destino de sonho , as Maldivas, o meu vestido. Preparei todo o meu dia à velocidade da luz.

Chegava cansada e tu ouvias sem remédio os meus desabafos e adormecia no sofá, de barriga para cima, de boca aberta, como calhava, enternecida com a tua calma. Estava em casa ou não? Bem me parecia que sim!


Segredei-te que reavivei a Bimby?! Mas este já não é um segredo. Senti que seria o ultimo grande jantar que preparava com ela e na tua companhia. E foi mesmo… 
I, J, H, T, C, N. Há colegas que não são se tornam só colegas. O trabalho por vezes ultrapassa a barreira da amizade! Foi uma ótima forma de me despedir da mesa, dos jantares, preparados por mim, para vocês, para nós. 

Não me despeço com tristeza. Começo uma nova etapa. Despeço-me com nostalgia dos momentos que aqui vivi, mas tenho a certeza que jamais os esquecerei e só eu tenho o privilégio de os poder recordar como irei recordar sempre.

Obrigada a quem comigo esteve sempre, tu!

Venha lá outra "confidente"!!




Beijinhossss, até sempre!

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