Querido Pai Natal,
Só agora depois de velha é que
soube que acreditei em ti até aos meus cinco anos.
[não sabia tão precisamente a
idade].
Lembro-me apenas de descobrir que não existias porque num Natal, a
minha prima resolveu seres TU, e o caso ficou complicado.
Acho que nunca te escrevi uma
carta, nem tão pouco uma carta a pedir presentes.
Sempre me deram tudo aquilo
que pedia [a minha mãe todos os anos me pergunta “O que queres de menino jesus
este ano?].
Este ano a euforia é diferente.
As ruas já estão todas decoradas, a minha entrada já tem três renas.
[o Bucha, o
Estica e o Alfaça]
Não sei se por me aproximar dos
30, se por ter uma grande vontade de contar a tua história a alguém e que esse
alguém acredite nela como eu acreditei.
Este ano tomei a liberdade de te
escrever sem me importar muito se a carta chega ou não ao devido destino.
Como menina mimada pelo marido e
pela mãe e por todos os que me rodeiam, escrevo-te sem grandes preconceitos sobre
aquilo que desejaria que vossa excelência me deixasse quando descesse a chaminé
da casa do meu avô.
Os meus Stan Smith estão a ficar
gastos de lado, se bem que está na moda ténis gastos. No entanto e para renovar
a sapateira adoraria este novo modelo da Adidas. Pai Natal existe em tamanho
criança ate ao 38 e sei que não custam mais de 60€.