Navegava pela net quando fui ao blog da Inesgetshealthy e li “um convite e uma receita”. Desde que perdi os 45 quilos que tento procurar mais e saber mais sobre o que é um estilo de vida saudável e encontrar algum equilíbrio no mesmo. Sigo a Inês no instagram mas depressa me apercebi do Blog dela. E do blog dela ao #desafioreceitasaudavel  do Limited Edition foi um salto.

Já seguia o blog da Maria Joana há algum tempo, pelas receitas sem me aperceber do desafio em si[sim sou menina do mundo da lua e às vezes gosto disso, outras nem tanto, sinto que me escapa muita coisa boa. Mas é bom quando me escapam as coisas más].

Atrevia-me a dizer que desde a barriga da minha mãe fui gordinha. Não tenho ninguém na minha família com um peso dito normal, quer do lado da minha mãe quer do lado do meu pai: o que significa que tenho geneticamente 100% de probabilidades de ter excesso de peso.

Desde pequena sempre gostei de gordices: era o molho na carne com “alhinhos”, eram croissants com chocolate da panificadora [quem é de Évora sabe do que falo], eram fatias de bolos de bolacha do café da D.Natália [o café ao pé da casa onde eu morava]. Na adolescência a coisa aumentou de figura e passaram a ser latas de leite condensado escondidas debaixo da cama. Depois quando fui para a faculdade o Mac Donald´s era o meu porto de abrigo em dias menos bons. E nos meus 23 anos o meu peso quase alcançou os três dígitos na balança.

Chego à conclusão que enquanto pessoa sempre me “medi” por um número na balança. [quem faz dieta sabe do que falo]. Quando fui ao meu médico e lhe disse dos meus 330 de colesterol total ele disse “ou vais correr para a cidade universitária, ou começas a tomar medicamento, ou então não sei”.

Na altura, não fiz nem uma coisa nem outra, arrastei-me pelos pensamentos até que me enchi de coragem e por mim mesma decidi que tinha de mudar.

Houve um dia que cheguei a casa assim com os bofes de fora [super-cansada] de subir um lance de escadas. Fui a uma clínica de emagrecimento, que contra mim falo, não é a melhor porta de entrada para tentarmos mudar os nossos hábitos de vida, mas eu tinha mesmo de mudar e começar por algum sítio. A primeira fase levei-me a um extremo em que só conseguia comer uma peça de fruta por dia e um iogurte, e de todo não é ideal. Tive pessoas que felizmente se aperceberam e não me deixavam sair da mesa sem a posta de pescada comida, e tinha de esperar algum tempo [ainda assim não mandasse a comida toda fora]. Na altura perdi cerca de 25kg (isto com o tratamento e com ginásio). Fiz a asneira de parar o tratamento que fazia na clínica sem-dó-nem-piedade e o peso começou a aumentar [pouco me importei confesso, visto que procurava sempre o conforto na comida. Como por emoção já deu para perceber isso? Fome emocional alguém tem por aqui?.

Em 2013 o meu peso já estava novamente no cimo do Himalaias.

2013 foi negro para mim por vários motivos, mas fiquei noiva. A verdade é que pouca coisa estava a favor da minha relação amor-ódio com o peso e com a balança. Foi no inicio de 2014, ano-novo-vida-nova-para-curar-feridas, que decidi novamente emagrecer. Entrei num novo ginásio, arranjei um PT, que hoje é uma das pessoas que tem uma paciência infinita para aturar a minha fome emocional. Em 2015 continuei a minha motivação e casei-me com o homem-para-a-minha-vida toda.

A dica mais importante de todas : estarmos rodeados de pessoas gostam e acreditam em nós e naquilo que somos capazes [eu não acredito em mim própria].

Hoje mudei todos os meus hábitos, todas as minhas rotinas. Não gosto de ginásio mas sei que tenho de fazer exercício físico porque se não sei que a minha pior inimiga me avisa. Escolho um restaurante de forma consciente para jantar fora e adapto-me. Planeio muito as minhas refeições para ter um estilo de vida saudável, cuidado, que não me faça perder a cabeça quando sou avaliada [quando me peso]. E sim ganhei saúde, ganhei vida.

Já não escondo as latas de leite condensado, mas quando tenho saudades do meu pai como um salame de chocolate às escondidas, a ouvir ao longe a minha consciência que é um pecado e a dizer-me que depois faço uns minutos extra numa passadeira mental.

Continuo a odiar-me ao espelho, mas tenho dias que até me tolero e tenho aqueles maravilhosos em que já me olho. Não quero ser perfeita, mas quero ser eu sem medo de olhar para baixo quando a balança diz que já posso ver o meu peso. Não sou fundamentalista, mas sou cada vez mais aquilo que como e tento ser assim todos os dias.

Até decidir qual era a receita demorei um bocadinho, queria que fosse uma coisa minhas. Mas como o jeito é pouco decidi por fazer uma adaptação de uma receita de um workshop de alimentação saudável a que fui [do Blog Dias de uma Princesa da Catarina Beato]. A receita é fácil e fica deliciosa. E ainda mais contente fiquei porque o Homem [que é um pouco contra o saudável] aqui em casa mandou-me uma sms durante o trabalho – está mesmo bom o bolo! O meu estomago e o meu coração bateram palmas. Vale a pena ter foco numa alimentação saudável.

Receita :)

Ingredientes

½ caneca de farinha de aveia

½ caneca de iogurte de soja (utilizei da alpro)

1 colher de sopa de farinha de aveia (com sabor a bombom rocher)

Mel (a gosto. Tentei não colocar muito.)

2 bananas (de preferência maduras, ajuda a dar sabor ao bolo)

1 caneca de framboesas

Preparação:

Juntei todos os ingredientes e misturei com a varinha mágica até obter uma mistura homogénea.

Aqui fiz diferente do que já tinha feito anteriormente [isto para poder estar mais consciente das porções que como]. Coloquei em formas pequenas [podem ver no site Sweet Selection e encomendar diretamente, eles são ótimos na resposta!] , mas também podem colocar em apenas uma forma de bolo inglês com papel vegetal para não pegar [em termos estéticos até resulta melhor. Mas a mim interessa-me mesmo o sabor!]

Levei ao forno aproximadamente 20min 180ºC [isto depende sempre da potência de cada forno]

Depois é disfrutar do sabor e saber sobretudo que estamos a comer uma sobremesa, um snack, sem sentirmos a consciência pesada, a cabeça a dizer mil vezes “ai logo tenho de ir treinar”.

Não queria deixar de agradecer à Maria Joana a oportunidade de participar neste #desafioreceitasaudavel, porque realmente é muito importante saber aquilo que comemos e fazermos as nossas escolhas alimentares conscientes. Quem quiser também se pode juntar à Maria Joana e a mim neste desafio, basta enviarem um email para: lim.edition2012@gmail.com