2 meses e agora? #4 - O pedido de casamento!
Esta rubrica era suposto ter começado pelo noivado não era?
eu muitas vezes tenho a mania de meter a carroça à frente dos bois e depois dá nisto.
Ao contrário de muita gente, sinto que o casamento para mim não é uma questão católica, mas sim, uma celebração junto daqueles que mais gostamos. Tenho imenso respeito por quem é, mas ao longo da minha vida ser católica nunca teve muito sentido.
Com o passar dos anos a vontade em casar aumentava, mas nunca ultrapassou o meu grande desejo e sonho de ser mãe. Ficar noiva, estar noiva, tem o seu estado de graça, e eu estive três anos noiva. A sensação ? é igual a namorar. mas tinha um anel lindo no dedo, que agora não tenho porque se danificou com o tempo e está a arranjar.
Ontem, quando era para ter escrito esta rubrica, dei por mim em Paris, de pé a olhar para a Torre Eifel. Voltava sem hesitar.
Todas as vezes que fui a Paris fui muito feliz mesmo.
Bilhetes comprados, eu organizava as voltas que tínhamos de dar pela cidade das luzes e ele a parte chata dos voos , hotel etc.
Acho que nunca me vou esquecer deste dia de Março.
Véspera de embarcar e a minha mãe muito entusiasmada:
- a que horas chegam de Paris?
eu muito entusiasmada também vi as horas da chegada mas olhar para o dia da partida que é bom nada.
- as 21 horas para ai não sei bem.
[a conversa ficou por aqui e os bilhetes da TAP ficaram pousados em cima da mesa de vidro da Stromp]
No dia a seguir pelas sete da manhã o despertador do Homem tocou.
Como sempre ele deu meia volta e voltou a dormir [faz isto todas as manhãs].
[ o despertador era o lembrete da TAP a relembrar que o voo com destino a Paris Charles de Gaulle ia descolar]
Eu descansada da minha vida, continuei a dormir mas o Homem para meu espanto a meio da manhã levanta-se com o telemóvel na mão e vai pé ante pé para a sala. Eu não sei se foi o meu sexto sentido, mas o que é certo é que cinco minutos depois estava na sala.
- se me vens dizer que perdemos o avião esquece, eu não gasto nem mais um cêntimo para Paris.
[nisto tenho um ataque de loucura volto para o quarto, fecho a porta e começo a chorar e aos palavrões. não coloco aqui se não a minha mãe ao ler este post tem um AVC e uma depressão e diz que falhou na educação que me deu porque aprendi os palavrões todos]
enquanto isso o Homem ficou agarrado ao tlm e ao computador a tentar encontrar a solução mais rápida e possível, enquanto os cabelos dele, ficavam todos em pé dos nervos.
eu mimada até dizer chega, liguei a minha mãe e parecia que tinha morrido alguém naquela casa
- oh mãe, tu já viste o que este foi fazer agora, perdemos o avião para Paris.
- Ai Ana não me digas isso , por favor.
- ai mãe digo, ele é um irresponsável uma criança, não aguento isto [o drama, o horror as imagens reais naquela casa]
- passa lá o telefone a ele e vê lá se te acalmas que isto não é nenhum problema.
[lá o acalmou, porque conhecendo-o ele não deita cá para fora como eu, mas deveria estar em aflição]
ele falava ao mesmo tempo com a senhora da TAP comigo a perguntar-me a que horas queria voar, para remarcar o voo. Gostava muito de dizer a frase que disse a ele quando me perguntou se preferia a hora X ou Y, para remarcar o voo.
não tenho coragem de a escrever, tanto palavrão de seguida e tanta brutidade junta com a minha pessoa.
[imaginem, e tenho a certeza que quem minimamente me conhece solta umas valentes gargalhadas]
Sei que chegámos a Paris perto da meia-noite com um frio completamente fora do normal. Demorámos a encontrar o Hotel [comboio e metro] mas no meio daquelas ruas, lá o encontrámos. Fomos a todos as atracções de Paris, mais características, tivemos dois dias na Disney [um em cada parque] e no último dia fomos subir a Torre Eifel.
Os meus dedos congelaram nessa tarde. Os meus ossos a mesma coisa e eu já tinha visto o anel logo no dia da chegada [sim o homem tinha o anel escondido entre as camisas, no meio da mala e o dito caiu no chão do quarto, mas obviamente que não ia estragar aquele momento, como estrago tantos outros na vida] e o raio do anel nunca mais aparecia. No cimo da Torre Eifel perguntei pelo solitário.
-está muito frio, vamos embora, e eu escolho outro sítio.
pois eu estava já deitada no hotel o Homem vai ao pé de mim e diz:
-olha olha, acorda, era para saber se sempre queres casar comigo ou não?
- está bem eu caso.
Um pedido original, simples e nosso.
Texto lançado com "autorização" do marido!
Beijinhosssssss,
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