Obrigada, mil vezes é pouco!
Nunca fui agradecida à vida,
olho com muito mais facilidade para o copo meio vazio, e com
muito mais dificuldade para o copo meio cheio.
Sou estúpida admito!
A vida sempre me deu tudo aquilo que eu quis, sem ter de lutar
muitas vezes pelas coisas.
[perdão]
Não foi a vida que me deu aquilo que eu quis e que eu hoje tenho e também aquilo que
eu hoje sou: foram os meus pais.
foi a minha mãe [que foi mãe e foi pai] que me deu TUDO
na minha meninice
na minha meninice
na minha fase parva que se chama adolescência [comum a todos os mortais]
na minha vontade de ser independente
na minha vontade de me tornar mulher casada com família
e agora na minha vontade de querer ser mãe
foi a minha mãe que me proporcionou a VIDA, dizendo sempre que a
missão dela, era eu e que vive para mim.
Não tenho a menor dúvida disso!
A minha mãe vive para mim!
A minha mãe protege-me como ninguém.
Sou estúpida admito!
porque nunca lhe agradeço isso.
Muitas vezes tenho as coisas, a seguir arranjo trinta problemas,
uma cara em que todos me devem e ninguém me paga e nunca tenho nenhuma solução
para nada e pareço "uma infeliz",
a maioria das vezes sem saber como nem porquê.
Obrigada mãe, por tudo o que fazes todos os dias e por seres
TUDO e por relativizares aquilo que eu acho o maior dos problemas e tornares
esse problema tão pequeno que deixa de existir.
Obrigada por me tentares agradar às vezes desagradando,
mas eu sei que é por seres TUDO
e porque queres que eu seja TUDO
e porque queres o teu objetivo cumprido.
Estou longe disso, eu sei. Cometo erros, também sei.
Tu corriges.
Caio vezes sem conta.
Tu ergues-me apenas com o olhar, ou a voz.
Obrigada a ti E. que à seis anos que fazes parte da minha vida.
Que aturas as minhas birras
Que aturas o meu mau humor matinal
Que aturas o meu sono de criança
Que aturas o meu mau feitio com os meus monólogos a discutir
Que aturas os meus pedidos,
Que me vais ensinando a rir das coisas mais pequenas sem graça e
que hoje são as mais importantes e têm tanta graça
Que me vais dando a calma que eu não tinha
Que aguentas a minha energia quando o mundo pede sossego,
Que sossegas a minha falta de timidez e de paz
Obrigada a ti,
Que me vais conhecendo e amparando as quedas, por vezes altas
Que me aqueces nos teus braços com as perdas que a vida me tem
dado e eu fico gelada
Que me enches o peito com coragem quando eu acho que não tenho
nada em mim que valha a pena continuar
Que me deixas voar sem medo,
Que acreditas em mim,
Que me ensinas a olhar um pouco mais para a razão e não apenas
para o coração
Obrigada, porque hoje já consigo olhar para o copo meio cheio, e
já tento por de lado o copo meio vazio.
Obrigada a quem já partiu e me ensinou tanto,
Obrigada aos homens da casa, sobretudo e especialmente ao meu pai
e ao meu tio.
Obrigada a quem saiu do meu caminho,
A quem quis sair por vontade própria,
E a quem não fazia falta para eu continuar a estrada. [a força fica maior acreditem]
Obrigada a quem entrou no meu caminho, e quem se cruzou nele,
amizades inesperadas, [é das melhores sensações]
obrigada pelas piadas que não percebo,
pelas gargalhadas que me proporcionam,
pela vida que me dão,
obrigada a quem está sempre comigo,
Perto,
Longe
Mas está [e sabem quem são]
São vocês que fazem os meus dias e os meus sorrisos.
Obrigada a quem me chama à razão,
Obrigada a quem ouve as minhas histórias sem pressa,
A quem houve o meu muro das lamentações
As minhas invenções,
As minhas ideias.
Obrigada, a quem é verdadeiramente importante!
Obrigada, mil vezes é pouco!
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